Se você trabalha com direção de arte, em gráfica (sim, até quem trabalha em gráfica, ou principalmente), em uma agência de publicidade ou é apenas um designer. Isto é para você!
Recentemente (fato claro pelas fotos com temas natalinos), recebemos este job: "desenvolver uma arte para um outdoor". E lá fomos, e recebemos o outdoor publicado anteriormente pela empresa:
OBS.: Sim, estão com liquidify, para garantir a integridade da empresa.
1. Outdoor "original", o que já havia sido publicado na cidade:
Acima, vocês podem notar a originalidade, a utilização de multiplas fontes distintas e cores mil. Além, é claro, da regra básica: encher, preencher obrigatóriamente todo espaço em branco, por que branco, não, não é bom! (Sim, estou sendo sarcástico...)
Está uma porcaria.
2. Proposta 1, feita por mim. Não me acho bom, não. Acredito que tenho muito a aprender e aperfeiçoar. Mas a proposta abaixo, está melhor, ou não?
Acima, sobriedade. Afinal, trata-se de vender baterias automotivas para usuários comuns, a modelo em clima natalino (clichê), e informções melhores distribuidas. Mas, faltava algo. Mas, não tem como comparar com o outdoor 1, segundo o cliente "está muito parecido, não mudou quase nada!". Incrível, estou louco, por que acho que está muito diferente, não sei.
3. Versão 2: o que considero a melhor proposta. A que com certeza mandaria rodar:
Acima, a presença da segunda modelo fechando o cartaz, mais o reagrupamento das baterias e deslocamento da frase sobre motos, traz outra forma ao outdoor. O espaço em branco, proposital, para não haver elementos que tirem a atenção em relação à marca.
4. E o cliente começa a "meter do dedo":
Acima, molduras pretas, a pedido do cliente, pois "está muito branco". Na verdade ele havia pedido um fundo preto, fato que ofuscaria totalmente as fotos. Observação importante é que o outdoor não foi concebido em fundo preto, antes que alguem, metido a "bomzão" fale alguma coisa.
A partir deste ponto, a perdição total. Mas por que? em 90% das vezes, quando o cliente começa a pedir alterações, elas não tem fim. Neste momento alguns, de uma hora para outra, viram experts em direção de arte e design. É aí, neste ponto, que surgem os Franksteins.
5. Mais alterações, pedidas (quase que exigidas) pelo cliente:
Acima, sem comentários. O Frank, chegou, o carnaval chegou.
Ei, mas como você deixou chegar a este ponto???
Não deixei, a "agência" não é minha e sendo só um funcionário, sou sim, obrigado a cumprir com as ordens de superiores. O que ocorreu é uma clara forma de submissão, onde o cliente tornou-se, mesmo, o verdadeiro patrão. Neste meio, o cliente nem sempre tem razão, e na maioria das vezes nem sabe o que realmente quer. Neste momento precisamos nos impor, com educação e profissionalismo, deixando claro que os especialistas somos nós.
Jamais deixaria chegar a isso em freelas, isso nunca aconteceu. Por que? qual o problema afina? Você não estaria sendo pago?
Sim, estaria. O problema é a médio e longo prazo. Trabalhos ruins, portfólio ruim. Simples. Desta forma, quem está perdendo não é apenas o seu cliente (mesmo que ele não saiba disso), mas principalmente você. Nunca poderei colocar um serviço do nível em que foi aprovado (no caso deste outdoor) em meu portfólio.
A longo prazo, é tempo jogado fora...
PS.: não, não acho que a minha versão preferida estivesse incrível. Só que estava muito melhor do que a última, que foi aprovada.